As seções (cortes ou perfis) geológicas visualizam a disposição e as relações entre as diferentes rochas que se encontram em profundidade, facilitando assim a leitura das estruturas que ocorrem na carta.
Para construir uma seção geológica procede-se do mesmo modo que foi descrito para um perfil topográfico. Feito o traçado da localização do corte que deve ser, tanto quanto possível, perpendicular à direção das camadas ou aos eixos das estruturas, se ajusta a borda de uma tira de papel. Nesta, além de se marcarem as intersecções com as curvas de nível, linhas de água, e outras de interesse, são marcadas também as intersecções com os limites geológicos e com os acidentes tectônicos.
Ao conjunto representado pelo perfil topográfico e as informações geológicas contidas ao longo do mesmo, denomina-se seção (perfil, corte) geológica. As suas extremidades são indicadas no mapa, por exemplo, A – B.
A escolha mais apropriada do local (ou locais no caso de mais de uma seção) onde será realizado este corte deverá obedecer a alguns critérios:
- representar da melhor maneira as feições geológicas da área, seccionando o maior número de litologias ou estruturas possíveis;
- deve ser o mais perpendicular possível à direção das camadas.
Na sua construção a partir do mapa (figura 2.3.2.), são transportados para o perfil topográfico os pontos correspondentes à interseção da linha de corte com as informações geológicas existentes, neste caso, os contatos litológicos e mergulhos das camadas.
Observe que a linha tracejada (A – B) só foi inserida na figura para auxiliar o entendimento do desenho, portanto, ela não deve aparecer na arte final.
Na transferência de informações do mapa para a seção, a geologia representada ao longo do perfil topográfico A – B deverá ser igual ao que está contido na correspondente linha de corte do mapa (figura 2.3.3.), ou seja, se uma determinada litologia (L) apresentar uma espessura aparente no mapa, deverá ter a mesma espessura aflorante (L¹) na linha da seção (desde que mantidas as mesmas escalas).
Observar que a camada de folhelho não aparece na linha de corte A – B do mapa, consequentemente, não irá aparecer no perfil topográfico correspondente, o que não impede que essa mesma litologia seja representada na seção geológica, logo abaixo do arenito.
O mesmo mapa geológico é representado na figura 2.3.4., porém, com uma alteração no ângulo de mergulho das camadas, que passou de 56 para 30 graus. Com esta mudança, a camada de conglomerado (c) que não aparecia na seção anterior (figura 2.3.3.a.), está representada na seção.
Na construção da seção deve-se inserir informações sobre a escala horizontal (igual à escala do mapa) e vertical (não necessariamente a mesma escala) utilizadas. As cotas topográficas devem ser indicadas no eixo vertical (figura 2.3.5.). Observar que no mesmo desenho que a representação das litologias não foi até a base do perfil, o que eventualmente poderia ter sido feito.
A simbologia deve acompanhar a estrutura geológica interpretada (figura 2.3.5.). As interpretações acima do perfil topográfico devem ser feitas sempre que houver uma ou mais estruturas geológicas a serem mostradas (tracejado ou pontilhado).
Observe as figuras abaixo:
Na primeira figura a simbologia indica que a rocha calcária está horizontalizada. No segundo exemplo a simbologia não está paralela à linha do contato litológico e no último desenho as simbologias referentes às diversas litologias, estão desenhadas acima do perfil topográfico, e nesta situação, o correto é representar somente os contatos.
Quando um determinado elemento geológico é definido, aproximado ou inferido no mapa, deve-se representá-lo da mesma forma na seção, portanto, um contato aproximado no mapa deverá ser aproximado na seção, uma falha definida no mapa deverá ser definida em seção (figura 2.3.6.). Se for necessário indicar uma informação planimétrica no perfil, como por exemplo a estrada do Sumidouro, a mesma deverá ser discreta (letras pequenas) para não chamar muita atenção.
Representações de falhas
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