Quebra Pedras

BLOG DEDICADO A ALUNOS DE GEOLOGIA

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

MAPA-BASE DA ÁREA DE TRABALHO DE GEOLOGIA DE CAMPO

Prezados Alunos,

O mapa-base a ser utilizado nos trabalhos de Geologia de Campo está disponível no link abaixo. Faça o download e imprima-o. Ficará melhor se você imprimi-lo a cores. Esse arqujivo é resultado de cópia de uma base topográfica do Serviço Geográfico do Exército, Folha Paracatu, na escala 1:100.000. Você deverá ampliá-lo para a escala 1:25.000, que será aquela utilizada tanto para o mapeamento, quanto para a elaboração de seções geológicas.

NOTA: Será entregue, a cada grupo de 6 alunos, uma cópia impressa colorida do mesmo mapa. Neste caso, o aluno poderá usar esta cópia ao invés de fazer o download do arquivo.

Para fazer o downloado do arquivo, clique AQUI.

Para realizar a ampliação da base topográfica utilize pantógrafo. A área a ser ampliada, e da qual será obtido o mapa-base, é definida pelas coordenadas UTM:
- 292.000 / 8.096.000;
- 300.000 / 8.096.000;
, 292.000 / 8.090.000;
- 300.000 / 8.090.000.

Apresente, do lado direito do mapa, os elementos do mapa: Título, Legenda, Escala, Projeção cartográfica (indica a técnica que foi empregada para fazer o mapa) e os Créduitos de quem foi copiado o mapa (Ministério do Exército, Diretoria do Serviço Geográfico). 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

PERFIL DO GEÓLOGO

Imagine que você foi contratado como assistente de geólogo de campo. Esse provavelmente será o seu primeiro trabalho em geologia, e você estará compreensivelmente ansioso sobre os desafios que o esperam. A graduação em geologia o preparou para este trabalho; se executá-lo bem, você pode até mesmo ser convidado a permanecer na empresa. Certamente, um período de experiência de trabalho no campo vai torná-lo muito mais empregável no futuro. Mas o que você vai fazer todos os dias no campo?

O que os empregadores querem que você saiba sobre geologia de campo?


Baseado em uma pesquisa de instituições governamentais, indústrias e, empresas de consultoria que empregam geólogos de campo, realizada pela geóloga ML Bevier em Vancouver, British Columbia, de 1994.

Um geólogo de campo bem sucedido é um multifuncional "pau para toda obra" com princípios geológicos sólidos, mas também tem uma série de habilidades complementares, sendo elas: bem organizado, possuidor de bom senso, e tendo a capacidade de manter uma atitude positiva em inúmeras situações. Ele ou ela percebe que uma preparação cuidadosa começa antes de um projeto, inclusive tornando-se familiarizado com o trabalho anterior na área e falando com outras pessoas que trabalharam lá, é tão importante quanto fazer o trabalho de campo. Um geólogo de campo deve ter excelentes habilidades de observação, ter a capacidade de fazer medições precisas e estimativas de comprimentos e quantidades, e ter pelo menos alguma experiência em petrologia e mineralogia, geologia estrutural, geomorfologia, estratigrafia e paleontologia.

A capacidade de traduzir uma representação tridimensional de dados de mapas em uma seção transversal também é parte vital do repertório de um geólogo de campo. Mapas e bancos de dados digitais associados que armazenam grandes quantidades de dados geológicos em camadas são agora padrão no ambiente de trabalho profissional, e tornam possível para qualquer um criar mapas temáticos derivados ou consultando um banco de dados seletivamente. O estudante de hoje precisa ser capaz de integrar técnicas de mapeamento tradicional, com a captura e manipulação de dados digitais. No entanto, a sua capacidade para enfrentar os desafios especiais de um projeto de campo específico, sejam eles científicos, pessoais ou logísticos, é mais importante para empregadores do que o fato de que você esteja familiarizado com um programa específico de mapeamento computadorizado, o qual pode ser substituído em futuro próximo (embora esta habilidade possa ser um bônus).

Como você aprende geologia de campo?

Desenvolvendo:
- experiência prática com uma variedade de conjuntos de rochas, terrenos e climas.
- capacidade de interpretação e de sintetizar uma grande quantidade de dados aparentemente díspares em uma interpretação geológica de uma área.
- a competência de utilização de métodos digitais para registro de dados, produção de mapas geológicos e mapa de dados para consulta de forma seletiva
- a capacidade de caminhar, descrever estratos, medir estruturas, e desfrutar (ou suportar) o clima e o terreno.
- combinação de cursos específicos em subdisciplinas de geologia, tais como mineralogia, petrologia, geologia estrutural e geomorfologia;
- competências básicas ao ar livre e de resolver problemas no campo.

SEGURANÇA E ETIQUETA NO CAMPO

Certifique-se de que você ou um dos membros do grupo de campo tem o equipamento correto e que está tudo em bom estado de funcionamento. Isto inclui não apenas os itens de segurança específicos, mas também os meios para se localizar e retornar por um caminho seguro para a civilização (por exemplo, mapa e bússola e/ou GPS) e bebida para o tempo que você vai gastar no campo, juntamente com algumas rações de emergência, roupa suficiente para o intervalo esperado de condições meteorológicas, um kit de primeiros socorros e os meios de levantar os serviços de emergência (telefone, celular, rádio). Pelo menos um membro da equipe deve ser treinado em primeiros socorros.

O domínio da etiqueta inclui tópicos como: impacto ambiental, comportamento pessoal, obtenção de autorização para entrar em propriedades privadas. Sempre lembrar que você é um embaixador da profissão cada vez que você for para o campo e agir em conformidade.

Assuma a responsabilidade por suas próprias ações.
Deixe portões e propriedades como você os encontra.
Respeite a privacidade de outras pessoas e/ou sensibilidades culturais.
Não perturbe plantas e animais.
Não deixe nada para trás.
Não martele nem colha amostras a menos que seja necessário.
Siga os sinais e instruções do proprietário.

Muitos países têm conservação ou locais protegidos de interesse biológico e/ou geológico. Estes locais estão protegidos da construção de edifícios, mas também podem ser aplicadas regras especiais para amostragem de material in situ e, por vezes, até mesmo para material solto. A conservação é uma questão específica para os sítios fossilíferos.

NOTA: 
Texto extraído e modificado de:
COE, A.L. Geological Field Techniques. UK : Wiley-Blackwell, .

BEVIER, Introduction to Field Geology.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

APLICATIVO PARA MAPEAMENTO GEOLÓGICO

Prezad@s Alun@s,

Recomendo a todos vocês que dispõem de smartphones dos sistemas Andoide ou IOS baixarem um aplicativo de mapeamento geológico revolucionário. Especialmente nós, que enfrentamos dificuldades com bússola de geólogo e GPSs em más condições, teremos em mãos um aplicativo que nos ajudará contornar esse problema.


FieldMove Clino é uma bússola de geólogo digital para captura de dados em seu smartphone, projetado para simplicidade no campo, e otimizado para utilizar a localização GPS e sensores de orientação do dispositivo. Este app de geologia lhe permitirá utilizar o telefone como uma bússola tradicional, bem como uma bússola de geólogo digital para medir e captar a orientação de feições planares e lineares no campo (direção, mergulho, caimento). FieldMove Clino permite que você tome rapidamente grandes quantidades de medições, tornando seu conjunto de dados muito mais válido estatisticamente. Você também pode capturar e armazenar fotografias georreferenciadas e notas de texto digital.


Assim como o apoio on-line do Google Maps, FieldMove Clino também suporta mapas off-line, de modo que você pode importar suas próprias bases de mapas georreferenciados e coletar dados enquanto estiver desconectado. Os dados podem ser exportados como arquivos MOVE, CSV ou KMZ e, em seguida, importados diretamente para FieldMove™ , Move ™ ou outros aplicativos como o Google Earth.

FieldMove clino é um aplicativo de mapeamento de campo geológico Vale do Midland projetado para geólogos visão de futuro que utilizam a coleta de dados digital.

Para baixar o FieldMove Clino clique AQUI.



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

USO DA LUPA DE MÃO E BINÓCULOS

A lupa de mão é uma peça essencial do equipamento para a observação detalhada de todos os tipos da rocha e material fóssil. A maioria tem uma lupa com magnificação 10 × e alguns contêm uma lupa 10 × e uma lupa 15 × ou 20 ×. Se a sua visão é pobre, uma lupa de melhor qualidade muitas vezes vai ajudar, especialmente uma lupa maior. Também é possível obter lupas com luzes embutidas, que podem melhorar consideravelmente a imagem.

Para usar a lupa de mão, certifique-se de que está em pé firmemente ou sentado. Examine o espécime cuidadosamente primeiro a olho nu para encontrar uma área onde é fresco ao invés de intemperizado ou coberto de musgo ou líquenes ou algas e também para que você possa ver onde existem áreas de interesse, como grãos bem definidos ou cristais. Se necessário, para assegurar que quando você olha através da lupa você tem a área correta, coloque a ponta do dedo ou a ponta do polegar como um marcador adjacente à área de interesse identificada com seu olho nu. Coloque a lupa a cerca de 0,5 cm do olho. Em seguida, mova gradualmente a rocha se for um espécime de mão, ou você mesmo e a lupa se estiver examinando uma exposição, até que a maioria do campo de visão entre em foco (geralmente cerca de 1 a 4 cm de distância). Nem toda a superfície da rocha estará em foco ao mesmo tempo por causa de sua desigualdade. Você precisará girar a amostra de mão ou mover sua posição para olhar para diferentes áreas. No caso de algumas rochas metamórficas e depósitos sedimentares de carbonato, também é útil examinar uma superfície degradada, porque os minerais ou grãos às vezes escapam e são muitas vezes mais fáceis de ver.



Os binóculos podem ser muito úteis durante o trabalho de campo. Podem ser utilizados , por exemplo, para avaliar o acesso em regiões de montanha. No entanto, o seu uso mais comum é para obter uma melhor visão dos detalhes dentro de partes de uma exposição que são impossíveis de alcançar com segurança, ou são simplesmente melhor vistos a distância (por exemplo, geometria de características tais como falhas e preenchimentos de canais de rio). Eles são particularmente úteis para examinar o detalhe dos contatos entre diferentes unidades em falésias verticais do mar e frentes de pedreira. Uma ampla gama de binóculos leve de boa qualidade está disponível no mercado.

NOTA: Texto extraído e modificado (tradução livre) de: COE, Angela L. Geological Field Techiniques. UK : Wiley-Blackwell, 2010.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

LIVRO MARAVILHOSO DE GEOLOGIA DE CAMPO

Aos Alunos de Geologia de Campo:

Durante apenas uma semana este Blog estará compartilhando com vocês o link de um livro maravilhoso sobre geologia de campo. Está em inglês, e é muito bom que vocês comecem a se familliarizar com esta língua, porque o domíio da língua inglesa é um dos quesitos do perfil de um geólogo. Acreditem nisso: façam pouco caso do inglês e se arrependam depois!

Clique AQUI.

Atenção, apenas uma semana para fazerem o downloado nos seus computadores!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

ELEMENTOS DO MÉTODO CIENTÍFICO

"Ciência é muito mais uma maneira de pensar do que um corpo de conhecimentos." - Carl Sagan
"...ciência consiste em agrupar fatos para que leis gerais ou conclusões possam ser tiradas deles." - Charles Darwin
O método científico é definido como um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo conhecimento, bem como corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes.
O método científico é composto dos seguintes elementos:
·         Caracterização - Quantificações, observações e medidas.
·         Hipóteses - Explicações hipotéticas das observações e medidas.
·         Previsões - Deduções lógicas das hipóteses.
·         Experimentos - Testes dos três elementos acima.
O método científico consiste dos seguintes aspectos:
·         Observação - Uma observação pode ser feita de forma simples, ou seja, é realizada a olho nu, ou pode utilizar-se de instrumentos apropriados. Todavia, deve ser controlada com o objetivo de que seus resultados correspondam à verdade e não a ilusões advindas das deficiências inerentes próprias dos sentidos humanos em obter a realidade.
·         Descrição - O experimento necessita ser replicável (capaz de ser reproduzido). É importante especificar que fala-se aqui dos procedimentos necessários para testarem-se as hipóteses, e não dos fatos em si, que não precisam ser antropogenicamente reproduzidos, mas apenas verificáveis.
·         Previsão - As hipóteses precisam ser tidas e declaradas como válidas para observações realizadas no passado, no presente e no futuro.
·         Controle - Para maior segurança nas conclusões, toda experiência deve ser controlada. Experiência controlada é aquela que é realizada com técnicas que permitem descartar as variáveis passíveis de mascarar o resultado.
·         Falseabilidade - toda hipótese deve conter a testabilidade, e por tal falseabilidade ou refutabilidade. Isso não quer dizer que a hipótese seja falsa, errada ou tão pouco dúbia ou duvidosa, mas sim que ela pode ser verificada, contestada. Ou seja, ela deve ser proposta em uma forma que a permita atribuir-se a ela ambos os valores lógicos, falso e verdadeiro, de forma que se ela realmente for falsa, a contradição com os fatos ou contradições internas com a teoria venha a demonstrá-lo.
·         Explicação das Causas - Em todas as áreas da ciência a causalidade é fator chave, e não se tem teoria científica que viole a causalidade. Nessas condições os seguintes requisitos são vistos como importantes no entendimento científico:
·         Identificação das causas.
·         Correlação dos eventos - As causas precisam ser condizentes com as observações, e as correlações entre observações e evidências devem realmente implicar relação de causa efeito 
·         Ordem dos eventos - As causas precisam preceder no tempo os efeitos observados.


ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES EM GEOLOGIA DE CAMPO

Definição de Rocha, Afloramento e Exposição – Sabe-se que existem rochas (bedrock)* em qualquer lugar abaixo da capa (manto) de intemperismo. Quando a rocha surge acima da capa (manto) de intemperismo, essas porções são chamadas de afloramentos. Os afloramentos e também as seções na capa (manto) superficial não-consolidada da rocha podem ser referidos como exposições.

Geologia de campo** é a investigação das rochas, materiais rochosos e ambientes naturais nas suas relações uns com os outros. A geologia de campo busca descrever e explicar as feições superficiais e as estruturas abaixo da litosfera, assim como os ambientes e processos geológicos. A geomorfologia e a geologia estrutural são igualmente importantes na geologia de campo.

Observação e Inferência – A geologia de campo é fundamentalmente baseada em observação e inferência (dedução). Somente as feições superficiais podem ser observadas; todas podem ser inferidas. Precisamos estudar a superfície de um afloramento, de um vale ou de um grão de areia, mas com o objetivo de explicar a estrutura interna do afloramento, ou aquilo que está sob o vale, ou como o grão de areia foi formado, fazendo inferências pela interpretação de certos fatos visíveis. A habilidade de inferir e de inferir corretamente é o objetivo último do treinamento na geologia de campo, porque a proficiência como geólogo é medida pela habilidade de alguém em tirar conclusões seguras e razoáveis dos fenômenos observados.

Correlação – Nenhuma estrutura geológica e nenhuma forma de terreno, tais como montanhas, vales e outras, existe como fenômeno isolado. Toda feição geológica, de uma ou outra maneira, é dependente ou associada a outras feições geológicas, e sua dependência ou associação deve ser descoberta pelo geólogo de campo. É este o significado de correlação. A palavra significa a descrição ou a explicação de um fenômeno geológico em relação a outros. Eis um exemplo para ilustrar: Por definição, todos os afloramentos são porções expostas de rocha que está sob uma capa superficial de material não-consolidado. Consequentemente, quando o geólogo examina uma série de afloramentos, ele deve imaginar que eles não estão isolados, separados, mas que eles são partes visíveis de um corpo de rocha contínuo abaixo do solo e que as rochas ou estruturas que eles exibem estão mutuamente relacionadas de alguma maneira. Ele correlacionará esses afloramentos quando os estudar desse ponto de vista amplo e se esforçará para explicar essas relações mútuas.

Hipótese Múltipla de Trabalho – A interpretação geológica é facilitada pelo método denominado hipótese múltipla de trabalho. Suponha, por exemplo, que a superfície de uma rocha apresenta ranhuras paralelas. Para explicar a origem dessa feição, o geólogo poderia lembrar-se de todas as maneiras possíveis que poderiam ter produzido essas ranhuras. Essas são suas hipóteses de trabalho. Para determinar qual é a origem correta, ele deve examinar a superfície da rocha para os outros fenômenos que estão associados com as ranhuras, postular para cada hipótese um certo grupo de feições geológicas que estão mutuamente relacionadas.

O mesmo princípio pode ser aplicado onde é necessária ampla correlação. A distribuição de afloramentos em uma pequena área pode ser tal que sugere que uma determinada rocha ígnea entrou em contato com uma certa rocha sedimentar, mas a atual superfície de contato pode estar escondida sob a capa de intemperismo. A relação pode ser explicada assumindo-se que as duas rochas estão em contato intrusivo, de falha ou superfície de inconformidade. O geólogo deve ter em mente essas três hipóteses enquanto observa outras evidências para obter a interpretação verdadeira.

O Estudo de Exposições – Toda superfície geológica tem características que merecem uma descrição. Elas podem ser simplesmente superficiais ou podem ser seções transversais de estruturas ou formas que se estendem abaixo da superfície. No último caso, elas provavelmente pertencem à estrutura da rocha. Para distinguir entre feições superficiais e estruturais, quebra-se um fragmento da rocha ou, no caso de um depósito não-consolidado, raspa-se algum material da superfície. A superfície fresca exposta resolverá a questão.

Se as feições observadas são superficiais, com respeito à sua origem elas podem estar relacionadas com a superfície onde elas foram encontradas em uma ou outra dessas quatro maneiras: (1) Elas podem estar em processo de formação, embora talvez o agente que as forma não atue continuamente. (2) Elas podem ter sido provocadas por um agente de curta duração e podem não ter ainda sofrido alteração sob as novas condições. Isso geralmente é válido para rochas duras e de granulação fina classificadas como glaciais do Pleistoceno; mas superfícies lisas, estriadas são logo destruídas em rochas granulares grossas expostas, as quais são mais suscetíveis à desintegração. (3) As feições superficiais, quando na rocha, podem ter sido preservadas durante muito tempo sob depósitos não-consolidados e que foram removidos recentemente. A desintegração em rochas grossas pode ser evitada por tal cobertura. Por outro lado, um manto de solo pode às vezes promover a decomposição da rocha soterrada. (4) Uma superfície soterrada tal como a que acabamos de descrever pode ser preservada por um tempo mais longo por uma espessa cobertura de estrato consolidado. A erosão da formação sobreposta pode expor novamente a superfície antiga desde que esta última coincida com a nova superfície de erosão; mas tais circunstâncias são muito raras e a exposição da superfície antiga pode não ser completa.

Se as feições observadas são estruturais, estendendo-se dentro da rocha ou da capa da rocha, conforme o caso, elas devem ser examinadas tendo isto em consideração. Uma linha é então uma seção transversal de uma superfície e uma área (faixa ou trecho) é a seção transversal de um corpo que tem três dimensões. A inclinação da linha é frequentemente indicativa da forma da superfície que ela representa, e a forma da área é sugestiva da forma do corpo, mas existem muitas exceções. O geólogo deve sempre olhar sobre o afloramento ou depósito para ver se ele pode encontrar a superfície estrutural ou corpo exposto em duas faces do seu afloramento tão próximas quanto possível e em ângulos retos uma com a outra.

Feições Primárias e Secundárias – Às vezes é conveniente referir-se às feições em exposições como primárias ou secundárias, de acordo com sua origem sendo contemporânea ou subsequente à origem do material no qual elas são vistas. Exemplos de estruturas primárias são acamamento nas rochas sedimentares, ripple marks, estruturas de fluxo de lava etc. Entre as feições secundárias devem ser mencionadas manchas superficiais em afloramentos, estrias glaciais e fraturas nas rochas.

Mergulho, Direção e Atitude – Quando alguém deseja estabelecer a posição de uma superfície plana, são necessárias duas medições. Uma é conhecida como mergulho, que é, o maior ângulo entre a inclinação da superfície, e a outra é conhecida como direção (strike), que é a direção da linha de interseção da superfície com o plano horizontal. O mergulho é o ângulo medido no plano vertical e deve sempre ser medido para baixo do plano horizontal. O sentido do mergulho é perpendicular à direção (strike). Juntos, direção e mergulho, determinam a posição ou atitude de uma superfície em relação à horizontalidade e às direções da bússola. Obviamente, a atitude de uma camada relativamente fina de espessura uniforme será a da superfície superior ou inferior da camada.

Discriminação entre Depósitos Transportados e Residuais – Depósitos transportados e residuais podem ser geralmente distinguidos no campo por suas relações com a rocha subjacente. De modo geral, materiais transportados são muito distintos da rocha abaixo deles, enquanto que os depósitos residuais geralmente gradam para baixo até à rocha subjacente ou pelo menos mostram alguma semelhança química com esta última.

NOTAS DO TRADUTOR: 

O texto acima foi extraído e traduzido livremente do livro de LAHEE, Frederic Henry. Field Geology. New York : McGraw-Hill, 1916, por Márcio Santos.

* Em inglês, o termo bedrock refere-se ao material constituinte da litosfera, isto é, um agregado sólido constituído por um ou mais minerais ou mineralóides, formado por processos naturais.

** Um conceito mais atualizado é fornecido por M.L. Bevier no livro Introduction to Field Geology: A geologia de campo envolve a integração de dados espaciais, descritivos, estruturais, petrológicos e temporais para compreender a constituição geológica e a história de uma área."

domingo, 5 de fevereiro de 2017

DECLINAÇÃO DA BÚSSOLA DE GEÓLOGO

Qualquer bússola de rumo fornece leituras em relação ao Polo Norte Magnético, porém, a cartografia universal, inclusive os mapas geológicos, são orientados em relação aos polos geográficos. Para que a bússola forneça leituras em relação às coordenadas geográficas, faz-se necessário descontar o valor angular da declinação magnética. Uma bússola que fornece leituras em relação aos polos geográficos chama-se bússola declinada.

A bússola de geólogo possui um limbo móvel graduado que permite sua declinação . Para tal, basta girar este limbo através do parafuso de ajuste em direção ao Leste da bússola (se a declinação for para Oeste, como é o nosso caso) ou para Oeste (se a declinação for para Leste) na quantidade de graus igual à da declinação magnética do local.

As imagens a seguir mostram: bússola não declinada e bússola declinada em -22º, que corresponde à atual declinação magnética na região de Paracatu.

Bússola não declinada
Como a declinação na região de Paracatu - MG é cerca de -22ºW, a bússola foi declinada girando-se o limbo 22º para o Leste da bússola.

Todo geólogo deve declinar sua bússola antes de inciar qualquer trabalho de campo.

SEÇÕES GEOLÓGICAS

As seções (cortes ou perfis) geológicas visualizam a disposição e as relações entre as diferentes rochas que se encontram em profundidade, facilitando assim a leitura das estruturas que ocorrem na carta.

Para construir uma seção geológica procede-se do mesmo modo que foi descrito para um perfil topográfico. Feito o traçado da localização do corte que deve ser, tanto quanto possível, perpendicular à direção das camadas ou aos eixos das estruturas, se ajusta a borda de uma tira de papel. Nesta, além de se marcarem as intersecções com as curvas de nível, linhas de água, e outras de interesse, são marcadas também as intersecções com os limites geológicos e com os acidentes tectônicos.



Ao conjunto representado pelo perfil topográfico e as informações geológicas contidas ao longo do mesmo, denomina-se seção (perfil, corte) geológica. As suas extremidades são indicadas no mapa, por exemplo, A – B.

A escolha mais apropriada do local (ou locais no caso de mais de uma seção) onde será realizado este corte deverá obedecer a alguns critérios:
- representar da melhor maneira as feições geológicas da área, seccionando o maior número de litologias ou estruturas possíveis;
- deve ser o mais perpendicular possível à direção das camadas.

Na sua construção a partir do mapa (figura 2.3.2.), são transportados para o perfil topográfico os pontos correspondentes à interseção da linha de corte com as informações geológicas existentes, neste caso, os contatos litológicos e mergulhos das camadas.



Observe que a linha tracejada (A – B) só foi inserida na figura para auxiliar o entendimento do desenho, portanto, ela não deve aparecer na arte final.

Na transferência de informações do mapa para a seção, a geologia representada ao longo do perfil topográfico A – B deverá ser igual ao que está contido na correspondente linha de corte do mapa (figura 2.3.3.), ou seja, se uma determinada litologia (L) apresentar uma espessura aparente no mapa, deverá ter a mesma espessura aflorante (L¹) na linha da seção (desde que mantidas as mesmas escalas).



Observar que a camada de folhelho não aparece na linha de corte A – B do mapa, consequentemente, não irá aparecer no perfil topográfico correspondente, o que não impede que essa mesma litologia seja representada na seção geológica, logo abaixo do arenito.



O mesmo mapa geológico é representado na figura 2.3.4., porém, com uma alteração no ângulo de mergulho das camadas, que passou de 56 para 30 graus. Com esta mudança, a camada de conglomerado (c) que não aparecia na seção anterior (figura 2.3.3.a.), está representada na seção.

Na construção da seção deve-se inserir informações sobre a escala horizontal (igual à escala do mapa) e vertical (não necessariamente a mesma escala) utilizadas. As cotas topográficas devem ser indicadas no eixo vertical (figura 2.3.5.). Observar que no mesmo desenho que a representação das litologias não foi até a base do perfil, o que eventualmente poderia ter sido feito.

A simbologia deve acompanhar a estrutura geológica interpretada (figura 2.3.5.). As interpretações acima do perfil topográfico devem ser feitas sempre que houver uma ou mais estruturas geológicas a serem mostradas (tracejado ou pontilhado).



Observe as figuras abaixo:



Na primeira figura a simbologia indica que a rocha calcária está horizontalizada. No segundo exemplo a simbologia não está paralela à linha do contato litológico e no último desenho as simbologias referentes às diversas litologias, estão desenhadas acima do perfil topográfico, e nesta situação, o correto é representar somente os contatos.

Quando um determinado elemento geológico é definido, aproximado ou inferido no mapa, deve-se representá-lo da mesma forma na seção, portanto, um contato aproximado no mapa deverá ser aproximado na seção, uma falha definida no mapa deverá ser definida em seção (figura 2.3.6.).  Se for necessário indicar uma informação planimétrica no perfil, como por exemplo a estrada do Sumidouro, a mesma deverá ser discreta (letras pequenas) para não chamar muita atenção.



Representações de falhas






MAPAS GEOLÓGICOS E ORIENTAÇÃO NO CAMPO

Escala

A escala do mapeamento é determinada a partir do problema geológico a ser tratado. Mapas geológicos de escalas muito grandes incluem, por exemplo, aqueles de fundações de prédios para avaliar os problemas potenciais de engenharia. Mapas de escala muito pequena, como aqueles de estados e províncias, normalmente são feitos a partir da junção e compilação de mapas de grande escala de áreas menores e mais detalhadas.
Os termos “pequena escala” e “grande escala” referem-se ao tamanho do mapa em relação ao terreno representado. Desse modo, um mapa com escala 1:10.000 tem escala maior que um mapa 1:50.000.

Tipos de mapas geológicos

Os mapas geológicos dividem-se em:
     Mapas de reconhecimento
     Mapas geológicos regionais
     Mapas de grande escala (detalhados)
     Mapas especiais

Os mapas de pequena escala que cobrem regiões muito grandes são compilados a partir de um ou mais desses grupos.

Os mapas de reconhecimento geológico são feitos para descobrir o máximo de informação de maneira rápida. Utiliza-se escala 1:250.000 ou menor. Alguns são feitos por sensoriamento remoto (imagens aéreas e de satélites, combinando com modelos digitais do terreno, usando satélites e radares), com  um mínimo de trabalho no terreno.

Os mapas geológicos regionais devem ser apoiados por fotogeologia sistemática. As escalas variam de :25.000 a 1:50.000, embora alguns sejam de até 1:100.000. No Brasil, por falta de levantamento topográfico adequado, os geólogos acabam tendo que fazer esse levantamento.

Os mapas geológicos detalhados são feitos para investigar problemas específicos que surgem durante o mapeamento em escalas menores: alvos de prospecção, investigação preliminar de uma represa ou outros projetos importantes de engenharia. Utiliza-se escala: em torno de 1:10.000.

Os mapas especiais são mapas de grande escala de pequenas áreas, para registrar detalhadamente características geológicas específicas: pesquisa, fns econômicos, plantas de minas a céu aberto, geoquímica, geofísica etc. As escalas variam de 1:10.000 a 1:500.
A maioria dos dados é mantida em bases de dados georreferenciados SIG, que podem ser sobrepostos em mapas geológicos para estudas sua relação espacial com a geologia física.

Mapas Topográficos

São indispensáveis para o mapeamento geológico. No Brasil, algumas cartas topográficas digitais estão disponíveis no site do IBGE:

Área Mínima Mapeável

Este conceito se refere ao tamanho mínimo que um polígono deve assumir numa determinada escala visando o aproveitamento do dado que ele representa. Em cartografia, define o tamanho da área que um determinado objeto deve conter para que seja representado num mapa ou carta geográfica. O olho humano é capaz de distinguir até 0,2 mm (Acuidade Visual) sem nenhum tipo de lente.

A depender da escala utilizada, o tamanho da Área Mapeável define o tamanho do erro aceitável num mapeamento.

Posições encontradas em mapa

Quando em campo, um geólogo deveria ser capaz de dar seu ponto de localilzação em um mapa com um erro de até 1 mm da sua posição correta, não importando a escala do mapa; em outras palavras, deve ser capaz de se localizar em até 10 m no solo, em uma escala de 1:10.000, e em até 25 m em uma folha de 1:25.000. Quando apenas mapas de qualidade inferior estiverem disponíveis, vários dias serão necessários para o geólogo levantar as posições de pontos úteis para utilizar no mapeamento geológico. Se usar um GPS, não somente a posição determinada será conhecida, mas também sua precisão.

A precisão de um GPS é variável, pois depende do número de satélites visíveis, de suas configurações e de quanto tempo você ficou conectado a eles. Nunca confie totalmente em seu GPS, pois nem sempre ele estará acessível. Um geólogo deve saber localizar-se no planeta Terra sem precisar de um GPS.

Lendo seu mapa

Mesmo que você esteja usando o GPS, consulte seu mapa a fim de monitorar continuamente sua posição. Isso poupará tempo valioso em campo, pois chegar a um local e ter de se localizar a partir do zero pode demorar muito. Leve seu mapa embaixo do braço, e não dentro da mochila, e inspecione-o em intervalos regulares através da capa de proteção transparente da sua prancheta de mapas.

Quando estiver navegando:

1.    Segure seu mapa na orientação correta, usando sua bússola se necessário (Figura 3.5)
2.    Procure por feições no solo e confira se elas constam no mapa.
3.    Antes de deixar um local, olhe ao redor para ver se há mais exposições e tenha em mente qual será sua próxima parada. Então, faça uma estimativa dessa localização no mapa. Isso lhe ajudará a poupar tempo quando chegar lá.



Medição com passos

Como geólogo, você deve saber o comprimento do seu passo. Com a prática, você será capaz de determinar distâncias com a medida de seus passos, com uma margem de erro menor que 3 m em cada 100 m, até mesmo em solos ligeiramente acidentados. Isso significa que, quando você usar um mapa de escala 1:10.000, será possível medir 300 m de uma área com seus passos e ainda ter 1 mm de precisão admissível e acima de meio quilômetro se usar um mapa 1:25.000. Entretanto, a medição com passos não é recomendada para longas distâncias, a não ser que seja essencial. Com um GPS, distâncias maiores que 500 m podem ser medidas com a precisão de mais ou menos 5 m.
Estabeleça o comprimento do passo explorando 200 m sobre um tipo de solo comum (e não em um solo plano e asfaltado, como o de uma rodovia). Meça a distância com seus passos duas vezes em cada direção contando os passos duplos, pois eles são menos prováveis de serem contados erroneamente quando medimos longas distâncias. Dê um passo natural constante e, sem contar, tente ajustar seu passo a um comprimento específico, como por exemplo, um metro. Olhe para frente para que você não ajuste inconscientemente seus últimos passos para obter sempre o mesmo resultado.



Faça uma tabela com os passos e as distâncias e faça cópias. Anexe uma cópia na parte de trás da sua caderneta e uma no seu estojo de mapas. Ao usar essa tabela, lembre-se de que você reduziu seu passo nas subidas e descidas. Por isso, cuidado para não superestimar, isso é uma questão de prática. Se grandes distâncias precisam ser medidas com passos, passe um seixo de uma mão para outra ou de um bolso para outro após cada 100 passo, assim você evita perder a conta.

Localização com medição de passos e orientação com bússola

A maneira mais simples de localizar-se em um mapa, se uma simples inspeção é suficiente, é permanecer em um ponto desconhecido e medir a orientação com a bússola de qualquer feição impressa no mapa, como uma casa, o canto de uma cerca de pedras ou uma junção de rodovias. Você deve plotar a orientação no mapa (Figura 3.6). Meça a distância com passos, contanto que ela permaneça dentro da precisão para a escala do mapa que você está usando; trace a orientação inversa da feição, converta a distância dos passos para metros (usando sua própria versão da tabela de passos) e meça a distância ao longo da orientação inversa com uma escala.



Se você está usando uma bússola prismática, a maneira mais rápida de plotar uma orientação é com o método de marcar o ponto (MOP). Isso levará alguns segundos. Observe a seguir:  

1.    1.    Coloque seu lápis no ponto do mapa onde a observação foi feita (Figura 3.7a).
2.    Usando o lápis como um pino de apoio, deslize seu transferidor ao longo do lápis até que a origem do transferidor encontre-se sobre a linha Norte-Sul do mapa mais próxima ao ponto; então, mantendo a origem do transferidor sobre a linha do mapa, deslize e gire seu transferidor em volt do lápis ainda mais, até que ele leia a orientação correta (Figura 3.7b).
3.    Desenhe a linha de direção que passa pelo ponto de observação ao longo da borda do transferidor (Figura 3.7c).

Quanto maior o transferidor, melhor; é recomendado um de 15 cm. Se necessário, desenhe linha de coordenadas extras, se aquelas desenhadas em seu mapa de campo estiverem muito afastadas. Algumas orientações, como as que se encontram entre 330º e 030º, são mais fáceis de plotar a partir das linhas leste-oeste.



Estações ou pontos transversais

O levantamento com estações ou pontos transversais é um método simples de plotar detalhes em um mapa. É muito útil quando um grande número de pontos deve ser plotado em uma área pequena. Meça uma orientação com a bússola a partir de uma posição conhecida (p. e., a casa na Figura 3.8) e direcione para qualquer ponto conveniente situado na direção geral das exposições (a árvore na mesma figura) que você queira localizar no seu mapa. Meça com passos ao longo dessa linha até que você esteja em frente à exposição lateral a ser examinada. Largue a mochila e, então, meça seus passos em direção à exposição em ângulo reto à sua orientação principal: essa linha é transversal. Plote a exposição. Retorne a sua mochila e prossiga com a medição de passos em direção à árvore até chegar em frente à próxima exposição. Esse método é bastante rápido, pois, uma vez que a direção dos caminhamentos transversais (ou “linha de estações” de um levantamento comum) está determinada, não há necessidade de usar sua bússola novamente; desde que as transversais sejam pequenas, você deve ser capaz de calcular o ângulo reto da linha transversal a partir da linha principal para comprimentos pequenos, porém verifique com a bússola linhas transversais mais longas.



Uma variação desse método pode ser usada em mapas que tenham cercas ou muros. Use a cerca como a sua linha de estações. Conte com passos a partir do canto do muro ou cerca e obtenha a transversal a partir dessa linha. Se a cerca for longa, tire uma orientação ocasional com a bússola para um ponto distante e plote a orientação no sentido oposto. Ela deve passar pelo muro onde você está..

Dica: Faça pleno uso de cercas e muros impressos nos mapas para se localizar. Uma intersecção de cercas e feições do gênero fornece pontos conhecidos. Também compare as informações de seu GPS com as feições no mapa.


Intesecção de orientações e feições linerares

Sua posição em qualquer elemento alongado mostrado em um mapa, como uma rodovia, uma trilha, uma cerca ou um rio, pode ser encontrada obtendo uma orientação com uma bússola de qualquer feição que possa ser identificada no mapa. Plote a orientação inversa a partir dessa feição (pontos A, B e C na Figura 3.8) para intersectar a trajetória de um rio e assim por diante, e essa será a sua posição. Quando for possível, verifique com uma segunda orientação de outro ponto. Escola seus pontos para que as orientações inversas cortem a cerca ou outro elemento linear em um ângulo entre 60º e 90º para melhores resultados (Figura 3.9).



Ressecção com a bússola: intersecção de três orientações inversas

A ressecção com a bússola é feita onde o solo é muito acidentado, muito íngreme, muito pantanoso ou quando as distâncias são muito longas para serem medidas com passos. As orientações com a bússola são feitas no ponto desconhecido para três feições facilmente reconhecíveis no mapa, escolhidas para que suas orientações inversas se intersectem em ângulos entre 60º e 90º. As intersecções ideais, infelizmente, raramente são possíveis, porém deve-se sempre tentar aproximar-se delas (Figura 3.10). As feições nas quais os orientações são feitas incluem cantos de muros e cercas, casas de fazendas, currais de ovelhas, intersecções de trilhas e rios, estação de triangulação ou até mesmo uma pilha de pedras que você tenha construído em um ponto proeminente para esse propósito.

Geralmente, as orientações não se intersectam, mas forma um triângulo de erro. Se o triângulo tem menos de 1 mm transversalmente, pegue o centro como a posição correta. Caso seja maior, verifique suas orientações e sua plotagem. Se ainda existe um triângulo, aviste, se conseguir, um quanto ponto. Se o erro persistir, é possível que você tenha coloca do a correção errada para declinação magnética em sua bússola, talvez você esteja em uma rocha com magnetita, como um serpentinito, esteja muito próximo de um portão de ferro ou de uma torre de alta tensão elétrica; você ainda pode ter lido sua bússola usando um bracelete magnético anti-reumatismo ou estar com seu martelo pendurado no cinto. Na pior das hipóteses, sua bússola pode não estar apta para o trabalho. Quando estiver plotando, não desenhe linhas de orientação desde o distante ponto de observação, mas somente longas o suficiente para cruzar sua posição. Não registre as linhas, somente desenhe-as levemente e, quando seu ponto estiver estabelecido, apague-as.







Texto extraído de: LISLE, R. e outros. Mapeamento geológico básico: guia geológico de campo. Porto Alegre : Bookman, 2014.