O Problema dos 3 Pontos é uma ferramenta que utiliza conceitos básicos de geologia para solucionar questões envolvendo interpretação de mapas geológicos e elaboração de seções geológicas. Desta maneira, é muito útil em prospecção mineral, cubagem e desenvolvimento de jazidas e até mesmo em lavra mineral. É uma metodologia simples, mas que deve seguir rigorosamente os passos que levam à solução correta.
A seguir, vamos acompanhar o passo-a-passo da solução de um exercício envolvendo Seção Geológia e o Problema dos 3 Pontos. Esse exercício foi ligeiramente modificado a partir do original (Exercício 7) proposto no livro Introdução à Interpretação de Mapas Geológicos, do professor Carlos Marcelo Lôbo Maranhão, Editora da Universidade Federal do Ceará.
Exercício 7 - No mapa a seguir, existe uma camada de carvão com 2 m de espessura, que aflora nos pontos A, B e C. Pede-se:
- traçar a linha de afloramento da camada de carvão;
- elaborar a seção geológica X-Y;
- determinar a profundidade desta camada no ponto D;
- uma sondagem vertical no ponto D demonstrou a existência de uma outra camada de carvão 100 m mais profunda que a primeira. Esta segunda camada aflora neste mapa? Em caso positivo, trace a linha de afloramento.
Antes de iniciar a solução do exercício, observe que no mapa existem dois vales (talvegues e suas encostas) separados por uma elevação central, de orientação NW.
SOLUÇÃO:
PASSO 1 - Cálculo da direção da camada: fecha-se o triângulo ABC. As cotas máxima e mínima são B e A, respectivamente, e a cota C é a de valor intermediário. O lado AB do triângulo é dividido ao meio, de maneira que o ponto central é de cota 300 m; a parir daí, une-se este ponto ao ponto C. Esta reta é a horizontal de camada (ou linha de contorno estrutural) de valor 300 m, o que em geologia é a própria direção da camada. Podemos então medir a direção de camada através desta linha, que, neste caso, forneceu o valor N55E.
PASSO 2 - Contorno estutural: traçam-se as linhas de contorno estrutural (CE) para cada curva de nível (CN) e assinalam-se os pontos de interseção entre a CE e a CN correspondente.
PASSO 3 - Traço do afloramento da camada: unem-se os pontos de interseção, surgindo, então, a linha de afloramento da camada de carvão. observe que a linha de afloramento da camada de carvão aparece em ambas as vertentes dos vales.
PASSO 3 - Traço do afloramento da camada: unem-se os pontos de interseção, surgindo, então, a linha de afloramento da camada de carvão. observe que a linha de afloramento da camada de carvão aparece em ambas as vertentes dos vales.
PASSO 4 - Cálculo do Mergulho: o mergulho da camada pode ser medido graficamente, quando a escala vertical não tem exagero.
Para fazer o cálculo matemático, mede-se o espaçamento entre os contornos estruturais (horizontais de camada), medido em metros na escala do mapa. Como a diferença de cota entre os contornos estruturais é de 50 m, usa-se a fórmula tg α = 50 / 736 . O resultado, neste caso, é tg α = 0,068, que equivale a α = ±4º.
Agora você poderá escrever a atitude da camada: N55E, 4SE.
PASSO 5 - Elaboração do perfil topográfico e lançamento da geologia:
Se o seu perfil topográfico tiver escala vertical exagerada em relação à escala horizontal, você precisará fazer correção do mergulho das camadas utilizando um ábaco. Lembre-se que, neste caso, o mergulho verdadeiro é 4º SE
Como na seção geológica que vamos aqui utilizar a escala foi exagerada 4 vezes, utiliza-se o ábaco, como na figura acima, para calcular o mergulho aparente. A linha vermelha indica que o mergulho aparente, neste caso, será de 15º.
Outra maneira de obter o mergulho aparente, para qualquer escala vertical utilizada, é fazer a projeção dos contornos estruturais (CE). como visto na figura abaixo: ligam-se os pontos projetado na cota correspondente de cada contorno estrutural, obtendo-se o traço da camada.
O furo D foi locado fora do perfil e deve ser levado para dentro do perfil na direção da camada. Medindo-se através da escala vertical, verifica-se que ele cortará a primeira camada de carvão a aproximadamente 66,7 m de profundidade, e a segunda camada de carvão a 166,7 m de profundidade.
Para responder se a segundo camada de carvão aflora no mapa, basta observar a seção geológica, a qual mostra que ela aflora no extremo sudeste da seção.
Como na seção geológica que vamos aqui utilizar a escala foi exagerada 4 vezes, utiliza-se o ábaco, como na figura acima, para calcular o mergulho aparente. A linha vermelha indica que o mergulho aparente, neste caso, será de 15º.
Outra maneira de obter o mergulho aparente, para qualquer escala vertical utilizada, é fazer a projeção dos contornos estruturais (CE). como visto na figura abaixo: ligam-se os pontos projetado na cota correspondente de cada contorno estrutural, obtendo-se o traço da camada.
O furo D foi locado fora do perfil e deve ser levado para dentro do perfil na direção da camada. Medindo-se através da escala vertical, verifica-se que ele cortará a primeira camada de carvão a aproximadamente 66,7 m de profundidade, e a segunda camada de carvão a 166,7 m de profundidade.
Para responder se a segundo camada de carvão aflora no mapa, basta observar a seção geológica, a qual mostra que ela aflora no extremo sudeste da seção.
Boa noite, Márcio.
ResponderExcluirVocê teria o pdf ou livro completo Introdução à Interpretação de Mapas Geológicos?