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quinta-feira, 29 de maio de 2014

MAPAS E PERFIS TOPOGRÁFICOS

Mapas Topográficos são aqueles que mostram as características topográficas de uma determina área. Para tanto são utilizadas as curvas de nível, as quais conectam pontos de igual altura sobre a superfície da Terra acima de um determinado nível de referência, normalmente o "nível do mar". As curvas de nível são frequentemente subparalelas umas às outras e a projeção da sua distância horizontal (vertical) em um mapa é uma função do declive (gradiente) da superfície (Fig.1).

Como cota topográfica entende-se a distância na vertical do ponto considerado até uma base de referência (datum), normalmente considerada o nível do mar local.

Figura 1 - Exemplo de mapa topográfico

Para se obter o mapa de curvas de nível procede-se como mostrado na Figura 2. As curvas de nível representam projeções, no plano horizontal, das linhas de interseção da topografia com planos horizontais imaginários tomados em intervalos de cota específicos.

Esquema de mapa topográfico obtido de um bloco diagrama
 (Segundo Loczy & Ladeira, 1976)
Como o terreno é uma superfície irregular, as curvas de nível são linhas horizontais, porém sinuosas.
Para se representar a topografia de um terreno em um mapa, imagina-se o corte do terreno através de planos horizontais eqüidistantes, ou seja, planos horizontais a intervalos de altitude iguais e, assim, obtêm-se diversas curvas de nível (Fig. 3). Em seguida, devem-se projetar, ortogonalmente, todas as curvas de nível para um plano horizontal qualquer (o plano do mapa), tal como mostra a figura 4.

Figura 3: Bloco diagrama representando o relevo de uma área. As curvas de nível
são representadas pelas linhas escuras. (MARANHÃO, 1995)

Figura 4: Representação em planta do bloco diagrama da figura 3.
(MARANHÃO, 1995)


Perfis Topográficos

Perfil topográfico ou seção topográfica é a representação das características topográficas de um local no plano vertical. Os perfis topográficos correspondem ao corte do terreno por um plano vertical ao longo de uma linha determinada, isto é, segundo uma direção. Podem ser elaborados a partir de qualquer carta com curvas de nível e é construído ao longo de uma linha reta.

Na execução de um perfil são utilizados dois eixos: o das ordenadas, que representa as altitudes, e o das abcissas, que representa as distâncias.

A elaboração de um perfil topográfico compreende as seguintes fases:

        Traça-se  uma reta na carta ao longo da direção em que se pretende o perfil, e que será a linha do perfil (a, na figura abaixo).
        Determinam-se os valores das curvas de nível mais alta e mais baixa que cortam ou tocam a linha de perfil.
        Coloca-se uma régua de papel em coincidência com a linha do perfil e marcam-se nela pequenos traços correspondentes a cada um dos pontos em que as respectivas curvas de nível intersetam a linha do perfil (b, na figura abaixo). Registra-se para cada uma dessas interseções o valor da cota da correspondente curva de nível.

Figura 5: Sequência de procedimentos para elaboração de perfil topográfico.

        Numa folha de papel traça-se um feixe de linhas paralelas equidistantes (c, na figura acima), a cada uma das quais corresponde uma dada cota.
        Faz-se coincidir a régua com a paralela correspondente à cota mais baixa e por cada um dos pequenos traços, elevam-se perpendiculares à paralela que compreende a mesma cota atribuída ao traço.
        Depois de terem sido traçadas todas as perpendiculares, ligam-se todos os pontos onde estas encontram as respectivas paralelas com um traço leve numa curva natural.
        Deve-se ter em conta que os montes e vales são geralmente arredondados. Os cursos de água, todavia, dão ao terreno normalmente uma forma em V.
        O ponto mais alto das elevações e o mais baixo dos vales ou depressões têm que ser determinados por interpolação e em seguida marcados na perpendicular correspondente ao seu valor interpolado.

O perfil pode ser exagerado, isto é, sobrelevado. O intervalo entre as linhas horizontais equidistantes desenhadas determina o valor dessa sobrelevação. Uma carta na escala 1/25.000, com uma equidistância de 10 metros, exigiria um intervalo de 0,04 cm para não apresentar nenhum exagero. Qualquer distância maior que esta já provoca uma sobrelevação do perfil. 

A sobrelevação permite colocar em evidência a forma do terreno, exagerando-se para esse efeito a escala vertical relativamente à escala horizontal, tornando-a 5 a 10 vezes maior.

Figura 6: Perfil topográfico X-Y nas escalas verticais 1:4.000 e 1:8.000.


Em todos os desenhos de mapas e seções geológicas deve-se sempre observar a necessidade de serem incluídos os seguintes dados:

        Título do desenho : Ex.: Mapa estrutural da região de Araçá
        Escalas Horizontal e vertical: Ex.: 1:20 000
        Orientação: N-S; NW – SE.
        Legenda : deve esclarecer a que se referem as principais referências contidas no mapa.

Este material foi extraído de:

MARANHÃO, Carlos Marcelo Lôbo. Introdução à interpretação de mapas geológicos. Fortaleza : UFC, 1995, 132 p.
MATTA, Milton. Geologia Estrutural – Prática. Universidade Federal do Pará.


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