Mapas Topográficos são aqueles que mostram as características
topográficas de uma determina área. Para tanto são utilizadas as curvas de
nível, as quais conectam pontos de igual altura sobre a superfície da Terra
acima de um determinado nível de referência, normalmente o "nível do
mar". As curvas de nível são frequentemente subparalelas umas às outras e
a projeção da sua distância horizontal (vertical) em um mapa é uma função do
declive (gradiente) da superfície (Fig.1).
Como cota topográfica entende-se
a distância na vertical do ponto considerado até uma base de referência
(datum), normalmente considerada o nível do mar local.
Figura 1 - Exemplo de mapa topográfico |
Para se obter o mapa de curvas de
nível procede-se como mostrado na Figura 2. As curvas de nível representam
projeções, no plano horizontal, das linhas de interseção da topografia com
planos horizontais imaginários tomados em intervalos de cota específicos.
Esquema de mapa
topográfico obtido de um bloco diagrama
(Segundo Loczy & Ladeira, 1976)
|
Como o terreno é uma superfície
irregular, as curvas de nível são linhas horizontais, porém sinuosas.
Para se representar a topografia
de um terreno em um mapa, imagina-se o corte do terreno através de planos
horizontais eqüidistantes, ou seja, planos horizontais a intervalos de altitude
iguais e, assim, obtêm-se diversas curvas de nível (Fig. 3). Em seguida, devem-se
projetar, ortogonalmente, todas as curvas de nível para um plano horizontal
qualquer (o plano do mapa), tal como mostra a figura 4.
Figura 3: Bloco diagrama representando o relevo de uma área. As curvas de nível são representadas pelas linhas escuras. (MARANHÃO, 1995) |
Figura 4: Representação em planta do bloco diagrama da figura 3. (MARANHÃO, 1995) |
Perfis Topográficos
Perfil topográfico ou seção
topográfica é a representação das características topográficas de um local no
plano vertical. Os perfis topográficos correspondem ao corte do terreno por um
plano vertical ao longo de uma linha determinada, isto é, segundo uma direção.
Podem ser elaborados a partir de qualquer carta com curvas de nível e é
construído ao longo de uma linha reta.
Na execução de um perfil são
utilizados dois eixos: o das ordenadas, que representa as altitudes, e o das
abcissas, que representa as distâncias.
A elaboração de um perfil topográfico compreende as seguintes fases:
•
Traça-se uma reta na carta ao longo da direção em que
se pretende o perfil, e que será a linha do perfil (a, na figura abaixo).
•
Determinam-se
os valores das curvas de nível mais alta e mais baixa que cortam ou tocam a
linha de perfil.
•
Coloca-se
uma régua de papel em coincidência com a linha do perfil e marcam-se nela pequenos
traços correspondentes a cada um dos pontos em que as respectivas curvas de
nível intersetam a linha do perfil (b, na figura abaixo). Registra-se para cada
uma dessas interseções o valor da cota da correspondente curva de nível.
Figura 5: Sequência de procedimentos para elaboração de perfil topográfico. |
•
Numa
folha de papel traça-se um feixe de linhas paralelas equidistantes (c, na
figura acima), a cada uma das quais corresponde uma dada cota.
•
Faz-se
coincidir a régua com a paralela correspondente à cota mais baixa e por cada um
dos pequenos traços, elevam-se perpendiculares à paralela que compreende a
mesma cota atribuída ao traço.
•
Depois
de terem sido traçadas todas as perpendiculares, ligam-se todos os pontos onde
estas encontram as respectivas paralelas com um traço leve numa curva natural.
•
Deve-se
ter em conta que os montes e vales são geralmente arredondados. Os cursos de
água, todavia, dão ao terreno normalmente uma forma em V.
•
O
ponto mais alto das elevações e o mais baixo dos vales ou depressões têm que
ser determinados por interpolação e em seguida marcados na perpendicular
correspondente ao seu valor interpolado.
O perfil pode ser exagerado, isto é, sobrelevado. O intervalo entre as
linhas horizontais equidistantes desenhadas determina o valor dessa
sobrelevação. Uma carta na escala 1/25.000, com uma equidistância de 10
metros, exigiria um intervalo de 0,04 cm para não apresentar nenhum exagero.
Qualquer distância maior que esta já provoca uma sobrelevação do perfil.
A sobrelevação permite colocar em evidência a
forma do terreno, exagerando-se para esse efeito a escala vertical
relativamente à escala horizontal, tornando-a 5 a 10 vezes maior.
Figura 6: Perfil topográfico X-Y nas escalas verticais 1:4.000 e 1:8.000. |
Em todos os
desenhos de mapas e seções geológicas deve-se sempre observar a necessidade de
serem incluídos os seguintes dados:
•
Título do desenho : Ex.: Mapa estrutural da
região de Araçá
•
Escalas Horizontal e vertical: Ex.: 1:20 000
•
Orientação: N-S; NW – SE.
•
Legenda : deve esclarecer a que se referem as
principais referências contidas no mapa.
Este material foi extraído de:
MARANHÃO, Carlos Marcelo Lôbo.
Introdução à interpretação de mapas geológicos. Fortaleza : UFC, 1995, 132 p.
MATTA, Milton. Geologia
Estrutural – Prática. Universidade Federal do Pará.
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